RÁDIO GOSPEL

              

 

 

 

 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO: MOTIVO PARA BRIGA OU ADORAÇÃO?

  i019

Porque tantos brigam quando tratam da doutrina da eleição? Porque irmãos em Cristo deixam de se falar por meses ou anos depois de se descobrirem defendendo lados diferentes dessa mesma doutrina? Seria a doutrina da eleição uma doutrina pela qual deveríamos brigar, discutir ou disputar? 
Creio que a única razão pela qual pessoas literalmente brigam por causa de uma doutrina é por que tais pessoas ainda não compreenderam o propósito da mesma.
Ainda mais quando se fala sobre a doutrina da eleição. Essa doutrina é uma das mais belas das Escrituras e, seu único propósito (ou, pelo menos, seu propósito mais elevado) é nos conduzir à adoração.
É com uma palavra de adoração que o apóstolo Paulo introduz suas palavras sobre a eleição. Vejamos suas palavras em Ef 1.4:
assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.
Reflitamos nestas palavras…
assim como nos escolheu, nele
Eleição tem a ver com escolhas que outros fazem a nosso respeito. Nunca ninguém se elege para desempenhar uma responsabilidade. Sempre outro o elege. Aqui, Paulo está louvando a Deus por ter sido escolhido pelo próprio Deus para algumas coisas. Mais adiante, Paulo irá descrever o que são tais coisas, que, na verdade, formam o corpo do seu louvor.
Este texto começa com uma informação que não pode ser compreendida sem entendermos, ainda que rapidamente, o que eram as eleições no Império Romano.
Dentro do Império Romano de então, a eleição estava ligada a um conselho. Os césares romanos eram eleitos por meio de um conselho de senadores. Ninguém se fazia César, eram todos feitos césares por meio daquele conselho que possuía a prerrogativa de escolher, legislar e, até mesmo, dar ao César a autoridade de um ditador durante um tempo limitado em momentos de guerra.
Então, este é o conceito por trás da palavra “escolheu”. Assim como os césares eram eleitos por outros, Paulo louva a Deus por ter sido eleito por Deus também.
Portanto, a eleição trata-se de algo que não vem de nós. É um chamado de Deus para algo.
Algo interessante a ser observado com relação à palavra usada por Paulo no também poderia ser traduzida com “colhido”, visto que a palavra também é usada para isso, além de em contextos eletivos para cargos de autoridade.
antes da fundação do mundo, 
Então, é certo que Deus escolheu um povo. Que povo? Os santos já mencionados no verso 1. Estes que são chamados de santos são aqueles a quem Deus escolheu.
A continuação continua afirmando quando a eleição aconteceu. A resposta está nestas últimas palavras: “antes da fundação do mundo”. Ou seja, antes que Deus tivesse criado céus e terra, antes de Gn 1.1, Deus, mediante a sabedoria de Seu conselho, Pai, Filho e Espírito Santo, escolheu pessoas que seriam salvas do inferno e capacitadas pelo Espírito Santo a viverem de um modo santo nesta Terra.
Veja as palavras do apóstolo Pedro sobre esta mesma verdade:
18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,
 19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
 20 conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós (1Pe 1:18-20 ARA) 
Assim, não somente a eleição de um povo para ser santo, mas o próprio sangue de Cristo foi conhecido desde antes da fundação do mundo. Ou seja, antes da Luz existir, na mente de Deus já havia a Cruz.
para que fôssemos santos 
Disso segue a razão de nossa eleição. E aqui, fica mais claro sobre quem Paulo está falando. O verbo falar possui um sujeito oculto de primeira pessoa do plural, “nós”. 
Nós! Nós quem? Os santos. Ou seja, aqueles que vivem em busca da santificação, ou, da mortificação de seus próprios pecados. Estas são as pessoas para as quais o Senhor se destina por meio desta carta.
A eleição é para a santidade. A santidade nunca alcançará a eleição. É a eleição que torna possível a santidade.
e irrepreensíveis 
O Espírito Santo continua a afirmar que os eleitos, além de santos, seriam irrepreensíveis. 
O que significa isso? Significa que a vida dos santos eleitos será de luta contra tudo o que possa atrair o olhar de repreensibilidade dos de fora para nós. Não significa ser perfeito, pois ninguém nunca será. Significa lutar contra o pecado. Lutar pela santidade.
Tais pessoas, lutam para fugir da aparência do mal. Elas se importam com o que os outros estão pensando delas, com seus testemunhos. Por isso, vivem como se fossem irrepreensíveis, embora ninguém jamais o será plenamente.
diante dele em amor;
Tudo isso, Deus o fez envolto em amor. A expressão “em amor” significa que estamos envoltos completamente, por dentro e fora, por amor. Não há nada de Deus para nós que não seja por amor e em amor. Deus não ama, Ele é amor. Por isso, Ele nos chama para andamos perante Ele em amor.
CONCLUSÃO
Deus, então, é louvado por Paulo por causa dessa graça de ser eleito. Essa é a única razão pela qual o Senhor nos revela o mistério da eleição. Não para discussões ou debates intermináveis na internet. Não para nos acharmos mais sábios que outros que ainda não compreenderam essa doutrina. Não para que nos vejamos como detentores de um conhecimento secreto superior e nos sintamos mais que os outros, mas para que levantemos as mãos e adoremos ao Senhor pela Sua maravilhosa graça que nos tirou da morte para vida.
Pr. WILSON PORTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário