Primeiro passo em direção
à humildade era dar-se conta do próprio orgulho. Acrescento
agora que o segundo passo consiste em empenhar um esforço dedicado para praticar
as virtudes cristãs. Uma semana não basta. As coisas vão de vento em
popa na primeira semana. Experimente seis semanas. Até lá, depois de sucumbir
e voltar à estaca zero, ou ter decaído para um ponto ainda inferior, teremos
descoberto algumas verdades a respeito de nós mesmos. Nenhum homem sabe
realmente o quanto é mau até se esforçar muito para ser bom. Circula por aí a
idéia tola de que as pessoas virtuosas não conhecem as tentações. Trata-se de
uma mentira deslavada. Só os que tentam resistir às tentações sabem quão fortes
elas são. Afinal de contas, para conhecer a força do exército alemão, temos de
enfrentá-lo, e não entregar as armas. Para conhecer a intensidade do vento,
temos de andar contra ele, e não deitar no chão. Um homem que cede à tentação
em cinco minutos não tem a menor idéia de como ela seria uma hora depois. Por
esse motivo, as pessoas más, em certo sentido, sabem muito pouco a respeito
da maldade. Na medida em que sempre se rendem, levam uma vida protegida. É
impossível conhecer a força do mal que se esconde em nós até o momento em que
decidimos enfrentá-lo; e Cristo, por ter sido o único homem que nunca caiu em
tentação, é também o único que conhece a tentação em sua plenitude - o mais
realista de todos os homens. Pois bem. A principal coisa que aprendemos quando
tentamos praticar as virtudes cristãs é que fracassamos ( C.
S. Lewis)
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